O cantor e compositor Gerônimo se apresenta no encerramento da 6ª Festa Literária de Ilhéus, nesta sexta-feira (10), às 19h, no Teatro Municipal. Com entrada franca, o show Raízes Sonoras terá participação especial de Itassucy e Banda.
Amanhã, a programação musical do evento começa mais cedo, às 12h, na Praça Pedro Mattos, em frente ao Teatro, com apresentação de Diego Schaun. Às 18h, o palco será de Dois Sopros, dueto formado por Juvino Filho e Zezo Maltez. O evento é promovido pela Academia de Letras de Ilhéus (ALI).
A edição deste ano da Festa é dedicada aos povos originários. O escritor, professor, ator e ativista Daniel Munduruku proferiu a conferência de abertura, ontem, no Teatro Municipal. Um dos momentos mais aguardados do evento é o bate-papo sobre o Manto Tupinambá, marcado para sexta-feira (10), às 16h, no mesmo local, com Cacica Valdelice, Jéssica Tupinambá e Diádiney Almeida.
Foi Valdelice quem se dirigiu, em carta do povo tupinambá, ao Museu Nacional da Dinamarca, relatando a importância da volta do Manto Tupinambá ao Brasil. A instituição europeia guardava a peça desde 1689, segundo registros oficiais, e o doou ao Museu Nacional no Rio de Janeiro. Para os tupinambá, o Manto é mais do que um objeto, segundo Valdelice.
“Os sonhos dos nossos ancestrais, que são também os nossos, seguem vivos. Amotara preservou em sua memória a lembrança da existência de um Manto Sagrado para o nosso povo. Nossos Mantos são ícones da nossa espiritualidade e, por isso, acreditamos que devem estar de pé e vivos, próximos ao seu povo de origem”, escreveu a liderança, na carta de 29 de julho de 2022.
Valdelice é líder de uma das 23 aldeias do povo tupinambá, que se estendem pelos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, no sul da Bahia. Desde 2009, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) concluiu o relatório de reconhecimento e delimitação do território indígena, que ainda aguarda a portaria declaratória do Ministério da Justiça.