A artesã Luciana Costa, conhecida como Negralu, de 50 anos, expôs nesta terça-feira (5) uma situação de racismo e preconceito que viveu em uma lanchonete no Salvador Shopping, na capital baiana, por ter vitiligo – doença caracterizada pela perda da coloração da pele. Segundo o relato, uma mulher questionou o motivo pelo qual ela “estava na rua, sem estar num tratamento”.
Negralu conta, em vídeo, que estava tomando café no estabelecimento quando foi abordada por uma mulher “branca e muito bem vestida”. “Ela chegou do meu lado e perguntou o que era que eu estava fazendo na rua, sem estar em um tratamento. Eu disse a ela que não entendi porque ela estava me perguntando isso, e ela disse ‘contaminando as pessoas com essa doença, você não vai fazer um tratamento?'”, desabafou.
“Eu disse a ela que eu não via o porquê eu precisava fazer um tratamento, porque eu estava feliz com quem eu sou, né? Porque eu não quis fazer tratamento
nenhum, sou bem resolvida com meu vitiligo, mas eu também não estou aqui pra estar explicando a ninguém o porquê eu tenho ou o que é vitiligo”, disse em vídeo.
“Eu disse a ela que eu não via o porquê eu precisava fazer um tratamento, porque eu estava feliz com quem eu sou, né? Porque eu não quis fazer tratamento nenhum, sou bem resolvida com meu vitiligo, mas eu também não estou aqui pra estar explicando a ninguém o porquê eu tenho ou o que é vitiligo”, disse em vídeo.
Embora não ofereça limitações físicas ou cognitivas, e nem seja transmitida de uma pessoa para outra, a desinformação e o preconceito contribuem para o estigma associado à condição.
Apesar do acontecido, Negralu afirmou que deseja entrar com uma ação contra a mulher, mas que não tem recursos para tal.
“Eu não tenho problema nenhum em ter vitiligo. Mas quando vocês verem as pessoas na rua não olhem, não julguem, normalizem, por favor. É muito desagradável você entrar no ônibus e todo mundo te olhar. Eu não tenho nada a ver com com sua incapacidade de se instruir e eu não vou ficar ensinando e nem falando a todo mundo. Por favor, eduquem seus filhos a não ter medo das pessoas que têm vitiligo, a não destratar as pessoas que tem vitiligo. Eu não preciso de pena, eu preciso apenas que me olhe com normalização, sabe? Eu sou normal A minha condição é normal. Pode acontecer com qualquer pessoa”, relatou.