Os 52 imigrantes venezuelanos que estão em Itabuna há mais de seis meses desde que chegaram têm recebido moradia, alimentação e assistência à saúde. O titular da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), Josué Brandão Júnior afirma que todas as providências foram tomadas pela Prefeitura e demais instituições parceiras para garantir assistência integral no período em que ficarem no município.
Além da assistência, o secretário informou que por meio do Portal da Transparência soube que duas famílias que subdividem em cinco, juntas recebem mensalmente, R$10.600 em benefícios do Governo Federal, como Bolsa Família, Auxílio Gás, etc.
Logo quando chegaram ao município, os imigrantes da tribo Warao inicialmente passaram pelo Centro POP, sendo depois transferidos para um abrigo provisório, no Bairro Judas Tadeu.
Para garantir mais tranquilidade e comodidade, o secretário contou que conseguiu apoio do Governo Federal e nova transferência deles para uma escola estadual desativada no Bairro da Mangabinha cedida pelo Governo do Estado, onde permanece até hoje. Também foi conseguida uma verba no valor de R$ 80 mil para a alimentação do grupo.
Depois de nova solicitação, o Governo Federal liberou recursos de R$ 144 mil para continuar a alimentação dos imigrantes por mais algum tempo. Segundo Júnior Brandão, o valor é suficiente para alimentação das 52 pessoas com café da manhã, almoço e jantar durante seis meses. “Por possuírem visto provisório de imigração no Brasil, eles podem permanecer legalmente no país”, disse.
O secretário informou inclusive que uma criança acabou de nascer em Itabuna e que por causa dos hábitos indígenas, o parto foi feito no próprio local onde vivem provisoriamente, mas tiveram atendimento e os cuidados necessários. Junior Brandão adiantou que todas as crianças que integram o grupo venezuelano estão matriculadas nas escolas e creches da Rede Municipal de Ensino, próximo ao abrigamento na Mangabinha.
Sobre o fato dos imigrantes pedirem dinheiro nos semáforos para comprar comida, leite e fraldas é um hábito que eles mantêm em todas as cidades por onde passam. “Mas, ninguém é obrigado a dar dinheiro para mas é importante que a comunidade itabunense e regional entenda que tanto o Governo Federal quanto a gestão do prefeito Augusto Castro (PSD) tem buscado cuidar dessas pessoas durante no tempo em que permanecerem em Itabuna, já que são praticamente nômades, migrando entre as cidades”, relatou o titular da SEMPS.
Órgãos dos governos estadual e federal, os ministérios públicos, defensoria, o Núcleo Especializado em Migrantes ligados a Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem acompanhado a situação dos venezuelanos, por meio de relatório regulares”, informou o secretário.
Ainda segundo ele, o Conselho Tutelar também tem acompanhado a situação e se mostrado preocupado porque os pais querem levar as crianças para a escola, preferindo levá-las consigo para os semáforos de Itabuna e Ilhéus. “A situação já foi notificada ao juiz e estamos aguardando providências legais em relação ao descumprimento de medidas de observação e de proteção das crianças que deveriam estar no ambiente escolar”, concluiu o titular da SEMPS.
Legenda: Titular da SEMPS, Josué Brandão Júnior, recebeu representantes do MPF que visitaram abrigo dos venezuelanos no Mangabinha. Foto arquivo.