Um estudo feito na Suécia e publicado pelo periódico The Lancet no fim de maio deste ano sugere que pessoas com tatuagem podem ter mais chance de desenvolver linfoma (câncer no sangue que afeta células de defesa do corpo) do que os não tatuados.
Pesquisadores identificaram pacientes com essa condição por meio de cadastros populacionais no país e reuniram um segundo grupo sem a doença (controle), para estabelecer uma comparação entre os dois. Todos os 11.905 participantes, que tinham entre 20 e 60 anos, responderam um questionário com perguntas sobre estilo de vida e a presença de tatuagens.
“Depois de levar em conta fatores como tabagismo e idade, descobrimos que o risco de desenvolver linfoma era 21% maior entre aqueles que estavam tatuados”, diz Christel Nielsen, pesquisadora da Universidade de Lund que liderou o estudo.
Ainda segundo a pesquisa, a cor do pigmento e o tamanho da área tatuada não interferiam nesse índice. “Uma pessoa toda tatuada e outra com uma borboletinha no ombro tinham a mesma chance de desenvolver a condição”, exemplifica o hematologista Volney Assis Lara Vilela, do Hospital Sírio Libanês em Brasília.
Mas, apesar de ser bem desenhado e analisar uma amostra grande, o estudo não é suficiente para atestar que tatuagens aumentam o risco de desenvolver linfoma, diz Vilela. É preciso realizar pesquisas com mais países e investigar se há relação de causalidade entre os dois fatores.