De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia registrou um número alarmante de estupros em 2022, totalizando 4.558 vítimas ao longo do ano. Isso representa uma média de 12,48 casos de violência sexual por dia. Em comparação com o ano anterior, houve um crescimento de 32,2%, visto que em 2021 foram registrados 3.889 estupros.
O estado da Bahia ocupa o quinto lugar no ranking de ocorrências, ficando atrás de São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Vale ressaltar que esses números são baseados no total de vítimas e não na quantidade de criminosos, ou seja, mesmo em casos de estupro coletivo, são considerados apenas como uma ocorrência.
As estatísticas mostram que pessoas vulneráveis são os alvos preferenciais dos estupradores. Dos registros feitos, 3.433 casos foram cometidos contra pessoas que não tinham condições físicas de oferecer resistência. Entre essas vítimas vulneráveis, estão incluídas crianças menores de 14 anos, incluindo bebês, além de pessoas fisicamente doentes, com deficiência mental, embriagadas, drogadas, idosas ou com qualquer outra condição que restrinja sua capacidade de resistência.
Os estupros acontecem em diversos espaços, desde a própria casa das vítimas até instituições de ensino, como relatado em um caso ocorrido em Guanambi, no sudoeste da Bahia, onde uma criança foi estuprada dentro da escola onde estudava em novembro de 2022.
É importante destacar que os dados analisados são baseados nas denúncias feitas em delegacias, e isso pode não refletir o número real e total de casos, uma vez que muitos estupros não são denunciados às autoridades por medo, vergonha ou desconhecimento das vítimas.
Infelizmente, esse aumento preocupante dos crimes sexuais na Bahia reflete uma tendência nacional, já que o Brasil registrou em 2022 o maior número de estupros da história, totalizando 74.930 vítimas. Além disso, o número de ocorrências de assédios sexuais também teve um aumento significativo de 135,7%, chegando a 526 registros em 2022.
Em relação às ameaças contra mulheres, os números também são alarmantes, com 47.658 mulheres ameaçadas em 2022, representando um aumento de 20,1% em comparação com o ano anterior.
Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelaram ainda que as ocorrências de agressões contra mulheres, no contexto de violência doméstica, tiveram uma modesta queda de 3,6% em 2022, totalizando 9.562 notificações.
É importante ressaltar que esses números evidenciam a gravidade do problema da violência sexual e doméstica no Brasil e na Bahia, e reforçam a necessidade de medidas e políticas efetivas para combater e prevenir esses crimes, bem como garantir a proteção e a segurança das vítimas.