O médico, neurocirurgião pediátrico, Fernando Schmitz, do Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, recorreu ao sistema da neuronavegação para alcançar, numa área de difícil acesso, um tumor cerebral num menino de 7 anos, que apresentava redução da movimentação de todos os membros e só fazia as refeições e tomava banho com ajuda dos pais.
O uso da tecnologia permitiu que o especialista acessasse, com maior precisão e rapidez, a região lesionada. O neurocirurgião pediátrico, Fernando Schmitz, explica que o tumor cerebral grande, na forma de um cisto, estava provocando uma compressão, causando dor de cabeça e impossibilitava que a criança levantasse da cama e tomasse banho sozinho. “Como estava no tronco cerebral, numa região importante da cabeça do paciente, tivemos que recorrer à tecnologia da neuronavegação, que facilitou a chegada ao tumor e com menos risco para o paciente”.
O neurocirurgião explica que a tecnologia permitiu, durante a punção, mostrar, em tempo real, todo o trajeto do catéter. “Com isso, foi assegurado maior precisão, redução no tempo de cirurgia, menor risco para o paciente, além de facilitar a técnica do cirurgião”, afirma. Com o uso da técnica, no dia seguinte à cirurgia, a criança já estava acordada, sem dor de cabeça, conseguindo levantar-se da cama e caminhar sozinha. “Indo ao banheiro e até brincando no corredor. São coisas básicas que o menino não conseguia fazer há três meses. Agora passa a ter mais qualidade vida”, destaca.
Willian Santos da Silva, pai do menino, conta que a complicação de saúde foi descoberta após o filho apresentar problemas na visão. “Iniciamos uma bateria de exames para tentar descobrir o que havia ocorrido. Até que um oftalmologista resolveu solicitar uma tomografia.
Foi aí que se detectou o cisto. Fomos encaminhados para o Hospital Manoel Novaes e o meu filho já ficou internado para uma avaliação com neurocirurgião” conta. O cisto da criança foi descoberto há 3 anos. “Nesse período, ele foi internado para fazer a biopsia e, em seguida, avaliações para saber qual o tratamento mais adequado. Concluiu-se que o indicado era cirurgia.
Ocorre que o tumor estava numa região que não era possível a sua remoção sem o auxílio de uma determinada tecnologia. Chegou-se a fazer uma cirurgia, que possibilitou a retirada de uma parte do cisto. Mas tempo depois, ele voltou a crescer, causando uma série de transtornos”.
Willian Santos lembra que, logo quando foi feito a remoção parcial, a criança ficou se sentido bem, retornou para escola, passou a ter uma vida normal. Mas nos últimos 9 meses voltou a apresentar os mesmos problemas. “Por isso, precisou ser submetido a essa nova cirurgia.
A nossa luta é para que possa ser uma criança saudável”. Antes do tumor, o menino era muito ativo, adorava jogar futebol, participar das atividades da escola. “Mas tudo ficou muito complicado depois do diagnóstico, porque ele ficou debilitado. As nossas vidas mudaram após a descoberta da doença.
Para cuidar melhor dele, eu tive que me ausentar várias vezes do trabalho. A cirurgia foi coberta pelo Plansul, e a criança já recebeu alta médica. A esperança é que tenha vida normal a partir de agora.