A professora Leila Cardoso, 37, decidiu se afastar da sala de aula e ingressar em um mestrado com um objetivo em mente: agregar conhecimento e, por consequência, subir de nível no plano de carreira. O tiro saiu pela culatra e, quando retornou, ela foi inserida no “quadro especial” de professores estaduais. Assim como ela, cerca de 29 mil pessoas, entre ativos e aposentados, recebem remuneração abaixo do piso salarial e chegam a mais um 15 de outubro, Dia dos Professores, com pouco a celebrar.
Depois de quatro anos lecionando em um colégio estadual em Guanambi, no sudoeste baiano, Leila Cardoso resolveu entrar em um mestrado na Universidade do Oeste da Bahia (UFOB). Cerca de 500 quilômetros separam o colégio em que dava aula e o campus da universidade em Barreiras, por isso, ela pediu licença não remunerada para completar a formação.
Entre 2016 e 2018, quando Leila estava de licença, o Estado ofereceu o curso que dá a possibilidade para que professores subam de nível. Como estava distante, a professora não conseguiu finalizá-lo e ficou de fora da promoção. Desde então, está estagnada no nível II, mesmo tendo completado o mestrado. Professora há 11 anos, Leila recebe R$3.149,53 para 40 horas semanais – valor R$1.271,02 inferior ao piso do magistério, instituído em 2008 pelo Governo Federal.