O dono do veículo em que a cantora Sara Mariano foi vista pela última vez com vida buscou a delegacia neste sábado (28), para entregar o carro para perícia. Ele disse que, no momento em que a vítima foi transportada, o automóvel estava emprestado a um vizinho.
O marido de Sara, Ederlan Santos Mariano, foi detido por prisão temporária nesta madrugada, depois que confessou ter matado a esposa. Além dele, a polícia investiga também a participação de outras pessoas pelo crime, que teria sido premeditado há pelo menos um mês.
O dono do carro é o empresário Hugo Ricardo Cora, também conhecido na comunidade religiosa como “Apóstolo Hugo”. Ele contou à polícia que não gosta de emprestar o veículo, mas o entregou a um vizinho identificado pelo prenome de Gideão, depois de muita insistência.
“Ele chegou pedindo o carro emprestado, eu disse: ‘não empresto o carro, eu já tive problema, então não empresto’. Aí ele pediu ‘por favor, por favor’ para emprestar, que era rápido, para ele fazer uma ‘correria’ porque o carro dele tinha quebrado e precisava pegar um passageiro, porque ele é motorista de aplicativo. Eu disse: ‘está bem, mas não demore'”.
Apesar de ter dado poucas informações sobre o caso, para não atrapalhar as investigações, o delegado explicou, neste sábado, que há indícios de que a premeditação iniciou no dia 24 de setembro, quando o casal teria passado por um suposto desentendimento.
“O planejamento da morte da cantora começou um mês antes da execução, então, se começou um mês antes, é bem possível que tenha mais autores responsáveis pelo crime”, destacou o delegado Euvaldo Costa.
A versão da premeditação também é sustentada pelo advogado da família de Sara, Marcus Rodrigues. Neste sábado, Ederlan segue preso temporariamente e está à disposição da Justiça.
“Era um relacionamento tóxico, em que ele agredia ela, não somente verbalmente, como fisicamente. Ele bebia muito, chegava em casa agredindo, forçava a Sara a ter relações sexuais, e isso acabou nesse fato criminoso”, analisou Marcus.
O advogado também mencionou o áudio que Sara gravou para a irmã, Soraya Correia, em que a vítima entender que o marido é uma pessoa nervosa, de temperamento instável e que queria comprar uma arma.
“O áudio corrobora que ele já vinha premeditando o fato. O momento em que, de forma repentina Sara visualiza que ele tem esse contato com a pessoa que era envolvida com o tráfico de drogas, para compra uma arma, já deixa claro para todos nós que ele estava premeditando esse crime bárbaro”, pontuou Marcus.
G1