(Foto:Gustavo Moreno/Metrópoles)
O senador Hamilton Mourão, do Republicanos do Rio Grande do Sul, disse ao ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon que temia um golpe de Bolsonaro, de acordo como noticiaram Michael Stott, Michael Pooler e Bryan Harris no Financial Times. Porém, ainda que Mourão negue, a conversa foi testemunhada por uma terceira pessoa.
Shannon foi embaixador em Brasília entre 2010 e 2013. Ele deu a declaração para uma reportagem que falava sobre os esforços do governo americano para desestimular as Forças Armadas brasileiras de embarcar numa aventura golpista.
“O Thomas Shannon está viajando na maionese. Não tive uma conversa isolada com ele. Ele me fez perguntas sobre a situação política nessa reunião com investidores, que se eu não me engano, foi na Câmara de Comércio em Nova York, em julho, e depois não tive nenhuma conversa em particular com ele dizendo que eu estava preocupado”, afirmou Mourão.
Shannon relata que teve uma conversa com Mourão no elevador, depois de um jantar privado com investidores, em julho do ano passado, em Nova York.
“Quando a porta estava se fechando, eu disse a ele: ‘Você sabe que sua visita aqui é muito importante. Você ouviu as preocupações das pessoas que estavam à mesa. E eu compartilho dessas preocupações. Para ser franco, eu estou muito preocupado [com um golpe]’. Mourão virou-se para mim e disse: ‘Eu também estou preocupado’”, afirmou Shannon ao Times.
No elevador, além de Shannon e Mourão, estava também a CEO e presidente da American Society/Council of the Americas, Susan Segal. E, a quem lhe pergunta, Segal responde que Mourão de fato disse estar preocupado.