Após ter sido homenageada em Brasília no Dia da Consciência Negra, porta-bandeira da Portela denunciou crime que foi filmado
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) vai abrir investigação sobre a denúncia de racismo feita pela porta-bandeira da escola de samba carioca Portela Vilma Nascimento, 85 anos. Ela afirmou ter sido vítima de racismo no Aeroporto Internacional de Brasília. Conhecida como Cisne da Passarela, Vilma é porta-bandeira da Portela há 66 anos.
Na última segunda-feira (20), ela foi uma das personalidades negras homenageada pela da Câmara dos Deputados, no Dia da Consciência Negra. Nessa terça-feira (21), foi acusada de roubo em uma loja no aeroporto. O episódio foi filmado.
“Vilma Nascimento veio a Brasília justamente para receber uma homenagem no Dia da Consciência Negra e foi tratada de forma criminosa. É inaceitável que uma loja desse porte seja omissa no enfrentamento ao racismo, permitindo que esse tipo de abordagem seja natural”, argumentou.
Segundo o parlamentar, o procedimento de “revista” foi adotado sem qualquer fundamento. “Foram submetidas a uma revista vexatória. Um caso claro de racismo que precisa ser repudiado e apurado com rigor. Racismo é crime. A Comissão de Direitos Humanos vai cobrar explicações e está à disposição das vítimas”, prometeu.
Apenas Vilma, entre todos os clientes do local, foi submetida à revista. Um vídeo, gravado por uma das filhas de Vilma, mostra o momento em que a porta-bandeira é obrigada a retirar todos os objetos de sua bolsa depois de ser acusada por uma segurança. “Nunca passei por isso em toda a minha vida”, desabafou a porta-bandeira.
Vilma Nascimento