Vitalina da Silva, 57 anos, nasceu em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano, quando criança foi morar em Salvador. Sua mãe costureira e seu pai maquinista; mas foi da mãe que recebeu os estímulos para se tornar professora. Formada em Letras Vernáculas na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e mestranda em Educação de Jovens e Adultos na Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
A professora foi uma das vencedoras do Prêmio do Movimento LED – Luz na Educação, no mês de abril deste ano. A premiação é promovida pela Globo e Fundação Roberto Marinho, que destaca iniciativas inovadoras na área da educação.
Vitalina concorreu na categoria “Professor Inovador”, que busca experiências renovadoras em contextos que tenham uma metodologia acessível com possibilidades de serem replicadas em outros municípios.
A baiana apresentou o projeto ”Educação antirracista”, que nasceu em sala de aula do Centro Educacional Maria Quitéria, unidade que integra a Rede Pública Municipal de Camaçari, local que leciona, para estudantes do ensino fundamental.
“Encontrei terreno muito fértil para desenvolver o trabalho e, ao pensar nas metodologias, tive uma surpresa, que foi a adesão dos estudantes. Eles mergulharam comigo e começaram a ser protagonistas da ação”, conta.
🌍Projeto aborda a história do povo negro: entre as ações da professora estão a inserção da história dos ancestrais, desde o conhecimento africano aos dias atuais.
Vitalina explica que a metodologia utilizada em sala de aula tem uma abordagem voltada às relações étnico-raciais, destacando a ressignificação da história do povo negro africano e afrobrasileiro.
“Trago para as aulas personalidades da nossa história e também da contemporaneidade. Representatividade importa e nossos estudantes precisam se ver representados nos espaços de poder, de referência e de importância”, ressalta.
Os alunos realizaram diversas atividades para apresentar aos jurados do Prêmio LED. Foram utilizados durante o projeto elementos como música, arte, dança e até desfile de moda.
Além disso, foram inclusos podcasts, jornais e exposições com alimentos, objetos, músicas com palavras de origem africana e indígena, para demonstrar a versatilidade do projeto, tornando-o replicável em várias escolas, sem a necessidade de grandes investimentos financeiros.