Uma terapia inovadora para tratamento de câncer de mama avançado ainda não foi disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de ter sido aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) há mais de um ano. A aprovação ocorreu para uma nova classe de medicamentos conhecidos como inibidores de CDK, que agem diretamente em tumores do tipo HR+/HER2-.
Os medicamentos, como o palbociclibe da Pfizer, o abemaciclibe da Eli Lilly e o ribociclibe da Novartis, têm demonstrado eficácia em aumentar a qualidade de vida das pacientes e prolongar a sobrevida sem progressão da doença. Porém, apesar da aprovação nos EUA, Europa, Reino Unido, Canadá e Austrália, bem como a inclusão nos planos de saúde privados brasileiros, o acesso pelo SUS ainda não foi concretizado.
Em abril de 2021, os inibidores de CDK foram incluídos no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), permitindo que beneficiárias de planos de saúde privados tivessem acesso às terapias. No entanto, para pacientes que dependem do SUS, a espera continua, e muitas vezes elas têm que arcar com os altos custos dos medicamentos, que podem chegar a R$ 21 mil por caixa com 21 comprimidos.
Essa demora na disponibilização de terapias inovadoras pelo SUS agrava as desigualdades no tratamento do câncer de mama avançado, já que a sobrevida de pacientes em estágio avançado costuma ser de apenas cinco anos. Enquanto em outros países os medicamentos foram disponibilizados imediatamente após aprovação, no Brasil a situação é diferente.
O Ministério da Saúde informou que a eficácia e custo-efetividade dos medicamentos foram avaliados em 2021, mas a incorporação ainda depende da criação de novos procedimentos na Tabela do SUS. Enquanto isso, a esperança das pacientes que aguardam a terapia é alimentada por opções limitadas, como a participação em pesquisas clínicas, que ainda são restritas a poucas pacientes. Enquanto isso, a espera continua, e muitas mulheres enfrentam as dificuldades causadas pelo avanço do câncer sem acesso a tratamentos inovadores.